Nós que viemos ao mundo nos anos 90, não temos qualquer experiência prática de guerra, porque nascemos na capital do país e não vimos de perto esse evento nocivo, devemos ter mais juízo e prudência em relação a essa questão. Parece-me que o desconhecimento sobre o que a guerra realmente representa – seja do ponto de vista espiritual, emocional, mental, econômico e social de qualquer território -, leva-nos erroneamente a considerá-la como um mal necessário para o contexto angolano. O conflito armado não é uma atividade festiva ou uma simples manifestação de descontentamento governativo. É um evento muito desgastante, faz perder tempo, leva a zona em conflito a um retrocesso significativo e duradouro, desestrutura famílias, gera anarquia no espaço territorial em que se desenrola a contenda, corta a possibilidade das pessoas viverem com dignidade e verdadeiro sentido e torna o cidadão comum vulnerável à morte prematura. Outrossim, é muito fácil dar início a guerra, mas a encerrar não. Podemos começar hoje e terminar daqui a 20 ou 50 anos. Pois, em via de regra, perde-se o controlo da situação.
Há país oportunistas que se aproveitam do momento, fomentando mais o conflito por causa dos seus interesses. Não raro, a própria guerra poderá tornar-se negócio de alguns grupos dentro país, o que contribuirá muito para a sua durabilidade.
Juventude, temos de ser sábios para não sermos manipulados, seja pelos grupos partidários ou pelos cidadãos que cumprem agendas para fins inconfessos. Para alguns, talvez não seja manipulação nenhuma, senão a mera curiosidade de ver pessoalmente o que apenas ouve falar ou acompanha nas redes sociais e meios de informação tradicionais.
Já percebemos que os partidos políticos envolvidos na guerra de libertação nacional representam um verdadeiro obstáculo para o avanço que almejamos ao nosso país, principalmente o MPLA. Talvez seja necessário olharmos para uma nova força política, longe dos vícios das velhas. Temos que pôr a cabeça a funcionar e encontrarmos o caminho certo a trilhar. Claro, descartando inteiramente a guerra como a solução. Não devemos sequer pensar nessa via.
Ob.: Esse é o meu pensamento. Espero que, ao menos, respeitem.
Por: Nguindo António, o Pintor de Letras