´´NORBERTO GARCIA É PARA ESQUECER´´- PINTOR DE LETRAS

Destaque Opinião Política Sociedade

É preciso ter estômago para assistir a certas cenas de degradação intelectual. Ver Norberto Garcia a responsabilizar Diogo Cão pela corrupção endémica do MPLA é assistir ao funeral da razão e ao sepultamento da honestidade política. Que se saiba, o navegador português não assinou contratos de petróleo, não desviou fundos públicos e tampouco distribuiu cartões de militante. Atribuir-lhe o descalabro ético dos dirigentes do MPLA é, no mínimo, uma confissão pública de falência moral.

Não se compreende que André Ventura se disponha a reduzir-se a um debate com Norberto Garcia, depois de ouvir tamanha leviandade.

Tal afirmação não só revela uma pobreza de raciocínio, como expõe o desespero de alguém incapaz de sustentar argumentos sérios diante de um contraditório.

Em circunstâncias normais, Norberto Garcia dificilmente teria fundamentos para se defender, caso o líder do CHEGA começasse a apontar as falhas inaceitáveis, os abusos de poder e a desumanidade do MPLA. Sem instrumentos intelectuais e éticos para sustentar a verdade, restar-lhe-á apenas o refúgio nas mentiras, com argumentos infantis e infundados como o da culpa do navegador português.

É triste e ao mesmo tempo revoltante ver como a sede pelo poder e pelo pão pode arrastar um homem, outrora tido como intelectual, à mais profunda cova da pouca vergonha. Norberto Garcia tornou-se a caricatura de si próprio: um político sem credibilidade, pronto a sacrificar a dignidade pessoal em troca de migalhas de influência.

No seio do MPLA, talvez figuras como Gildo Matias, Luvualo de Carvalho ou mesmo Adão de Almeida conseguissem, ao menos, manter uma postura séria. Mas Norberto Garcia não. A sua imagem pública degrada-se a cada intervenção, revelando-se incapaz de defender ideias sérias e cada vez mais refém do ridículo.

É preciso dizê-lo sem rodeios: Norberto Garcia já não representa a figura de um pensador ou de um académico, mas a de um sobrevivente político sem escrúpulos, disposto a rastejar para se manter à mesa do poder. A sua retórica é uma afronta à inteligência dos angolanos e um insulto à própria memória colectiva.

Norberto Garcia é, simplesmente, para esquecer.

Por: Nguindo António, o Pintor de Letras

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *